O Islã é a religião que mais cresce no mundo, e estima-se
que no Brasil existem entre 70 a 300 mil muçulmanos. São vários os fatores de
migração muçulmana; a família de Mariam Habash, por exemplo, veio por motivo de
fuga dos conflitos árabe-israelense. Nascida na Palestina, Mariam veio recém-nascida,
com seus pais e sua irmã, e desconheciam das tradições cristãs do ocidente.
Extremamente tradicionais, tiveram dificuldade em se adaptar aos costumes da
sociedade brasileira. Não obstante, algumas tradições consideradas obrigatórias
por sua religião foram mantidas.
Mariam pediu para que não fosse
exposta, então a entrevista foi feita com sua irmã, Najat Marouf Habash Hammad, muçulmana
nascida no Brasil.
· Como seus pais lhe contam a vida na Palestina?
Sempre
que meus pais falavam da Palestina eu imaginava tudo diferente. Mas quando fui
pra lá, realmente conheci a verdadeira Palestina, super encantadora. Tudo
realmente diferente do brasil e dos nossos costumes. Por exemplo, as mulheres
lá tem mais valor que as brasileiras. O marido é obrigado a dar tudo à ela,
mesmo que a mulher trabalhe fora, o dinheiro dela não é obrigatoriamente
destinado à casa. O marido tem que “bancar” tudo. Lá, por segurem muito o
islamismo, nem homens e nem mulheres conhecem o adultério, por ser pecado.
Raramente vemos ladrões pois as penas são crueis e realmente são castigados.
·
Em que época vieram? Por que?
Meus
pais vieram no ano de 1968, pois antigamente eram muito pobres e não havia
muitos empregos, o fato de haver muitas disputas de terras na região também
ajudou.
·
Você estudou em escolas especificamente para
muçulmanos?
Estudei
em escolas normais, pois não havia escolas para muçulmanos ainda.
·
Qual foi primeira empressão da escola normal?
Como lidavam com seus costumes?
Era
meio complicado, meus pais não aceitaram que tivéssemos amigos, meninas não
podem conversar com rapazes, não podem se misturar.Sabíamos que um dia íamos
nos casar com árabes e nunca com brasileiros. Nunca iríamos namorar com
brasileiros(risos). Às vezes nossas amigas não entendiam isso , já outras
achavam normal. Tinham rapazes que até respeitavam e achavam interessante.
·
Uma hora ou outra você teria que lidar com os
costumes dos brasileiros, quando tivesse contatos fora da família, como foi
essa adaptação?
Nosso
contato foi
super natural e normal. Amamos o Brasil e respeitamos tudo. Mesmo nossos
costumes sendo diferentes, respeitamos e somos respeitados.
·
Hoje, qual a sua relação com o Islamismo?
Casamento, trabalho, orações... É tradicional ou as culturas se mesclam?
Hoje
sigo o Islã 100%, dou graças a Deus por meus pais nos terem criado nessa
religião e terem nos ensinado os costumes árabes, pois chega uma hora que você
crece e compara os dois costumes e se reconhece em um. Muitos resolveram seguir
os costumes brasileiros, como minha irmã Mariam Habash, mas eu não. Sigo e
tenho muito orgulho de ser árabe. Casei com um árabe muçulmano, tenho filhos e
até me mudei para a Palestina. Estou aqui à passeio, mas amo lá. Cheguei a me
graduar aqui, passei em três concursos públicos, cheguei a lecionar por mais de
3 anos, mas optei por morar na Palestina.
É
interessante as pessoas conhecerem vários costumes, tradições e religiões e
depois escolher um, por livre e espontanea vontade, nunca por pressão. Eu me
reconheci no Islã e sifo por convicção. E nunca as pessoas julgarem as outras
pelo que veêm na TV, pois a TV “mente” (conheçam antes de julgar).
Mesmo
com a ausência das respostas da irmã mais velha, por motivos de pessoalidade, podemos
afirmar que houveram dois tipos de processos de socialização, um em que Mariam
veio ao Brasil e se adaptou à forma de vida do país e às suas tradições, enquanto
Najat decidiu por voltar ao país de origem e segue fielmente o Islamismo.
Por: Ana Paula Holzbach, Aymée Torres, Caroline
Alvares, Fausto André, Laura Célia Carvalho, Letícia Antoniosi. Matheus Filipe
e Tiago Madureira.
oi sou poá sp porfavor ajude os moradores do jadin auria pois pefeitura quetira nois de casa mais de 410 familhas tl; 011/998117793
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