Rádio Germinal

sábado, 18 de julho de 2009

IDENTIDADE, IGUALDADE E DIFERENÇA

A ideia de igualdade não é uma ideia facilmente aceitável na cultura humana.Desde as mais antigas civilizações, o homem buscou suas diferenças: de origem, de nacionalidade, de classe social. Toda a Antiguidade conheceu ideologias que pregavam diferenças no interior de uma sociedade e entre sociedades. Os hindus consideravam-se originários de partes diferentes do deus Brama- pés, mãos e cabeça, de onde teriam surgido os brâmanes, o que os tornaria radicalmente diferentes entre si. Tão diferentes que nem o casamento entre eles era consentidoPara os patrícios romanos, por exemplo, um plebeu era um ser muito diferente, e um não-romano era um bárbaro. Portanto, estabelecer diferenças parece ter sido sempre uma tendência da humanidade, para, por meio delas, procurar definir a essência humana e a razão de sua existência.
Foi a partir do cristianismo que emergiu na sociedade a noção de igualdade. O principio de que todos, sem exceção, somos filhos de Deus era absolutamente novo num mundo que procurava sempre identificar um único e verdadeiro povo escolhido. Concebida a ideia da igualdade original, a ela associou-se a ideia de bondade, caridade e vontade divina.
Nos séculos seguintes essa ideia de igualdade entre os homens foi se desenvolvendo e se firmando. Os filósofos da Ilustração procuraram descobrir novos aspectos dessa igualdade - vontade, liberdade e, enfim, igualdade jurídica e civil. Sempre mais no discurso do que na ação, reconheceu-se que todos os homens têm direito à justiça, ao trabalho, à liberdade, e assim por diante.
O socialismo procurou mostrar que a estrutura de classes sociais era responsável pelas diferenças entre os homens e a causa de todas as outras desigualdades- de educação, de interesses, de consciência. Assim, lutou por abolir as diferenças de classe para que se instaurasse uma sociedade realmente igualitária. A ideia teve milhões de adeptos e muitos morreram por ela.
O capitalismo, por sua vez, responsável por inúmeras novas diferenças entre os homens, desenvolveu, por outro lado, a indústria de massa, geradora de grande homogeneização no mundo, diluindo diferenças e padronizando estilos de vida e consumo. Associada ao marketing e aos meios de comunicação, a globalização, no século XXI, é uma tendência crescente.

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