Rádio Germinal

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Socialização do Povo Muçulmano

O Islã é a religião que mais cresce no mundo, e estima-se que no Brasil existem entre 70 a 300 mil muçulmanos. São vários os fatores de migração muçulmana; a família de Mariam Habash, por exemplo, veio por motivo de fuga dos conflitos árabe-israelense. Nascida na Palestina, Mariam veio recém-nascida, com seus pais e sua irmã, e desconheciam das tradições cristãs do ocidente. Extremamente tradicionais, tiveram dificuldade em se adaptar aos costumes da sociedade brasileira. Não obstante, algumas tradições consideradas obrigatórias por sua religião foram mantidas.

Mariam pediu para que não fosse exposta, então a entrevista foi feita com sua irmã, Najat Marouf Habash Hammad, muçulmana nascida no Brasil.

·        Como seus pais lhe contam a vida na Palestina?
Sempre que meus pais falavam da Palestina eu imaginava tudo diferente. Mas quando fui pra lá, realmente conheci a verdadeira Palestina, super encantadora. Tudo realmente diferente do brasil e dos nossos costumes. Por exemplo, as mulheres lá tem mais valor que as brasileiras. O marido é obrigado a dar tudo à ela, mesmo que a mulher trabalhe fora, o dinheiro dela não é obrigatoriamente destinado à casa. O marido tem que “bancar” tudo. Lá, por segurem muito o islamismo, nem homens e nem mulheres conhecem o adultério, por ser pecado. Raramente vemos ladrões pois as penas são crueis e realmente são castigados.

·         Em que época vieram? Por que?
Meus pais vieram no ano de 1968, pois antigamente eram muito pobres e não havia muitos empregos, o fato de haver muitas disputas de terras na região também ajudou.

·         Você estudou em escolas especificamente para muçulmanos?
Estudei em escolas normais, pois não havia escolas para muçulmanos ainda.

·         Qual foi primeira empressão da escola normal? Como lidavam com seus costumes?
Era meio complicado, meus pais não aceitaram que tivéssemos amigos, meninas não podem conversar com rapazes, não podem se misturar.Sabíamos que um dia íamos nos casar com árabes e nunca com brasileiros. Nunca iríamos namorar com brasileiros(risos). Às vezes nossas amigas não entendiam isso , já outras achavam normal. Tinham rapazes que até respeitavam e achavam interessante.

·         Uma hora ou outra você teria que lidar com os costumes dos brasileiros, quando tivesse contatos fora da família, como foi essa adaptação?
Nosso contato foi super natural e normal. Amamos o Brasil e respeitamos tudo. Mesmo nossos costumes sendo diferentes, respeitamos e somos respeitados.

·         Hoje, qual a sua relação com o Islamismo? Casamento, trabalho, orações... É tradicional ou as culturas se mesclam?
Hoje sigo o Islã 100%, dou graças a Deus por meus pais nos terem criado nessa religião e terem nos ensinado os costumes árabes, pois chega uma hora que você crece e compara os dois costumes e se reconhece em um. Muitos resolveram seguir os costumes brasileiros, como minha irmã Mariam Habash, mas eu não. Sigo e tenho muito orgulho de ser árabe. Casei com um árabe muçulmano, tenho filhos e até me mudei para a Palestina. Estou aqui à passeio, mas amo lá. Cheguei a me graduar aqui, passei em três concursos públicos, cheguei a lecionar por mais de 3 anos, mas optei por morar na Palestina.

·         Se tiver algo que ache interessante para nossa reportagem, comente sobre.
É interessante as pessoas conhecerem vários costumes, tradições e religiões e depois escolher um, por livre e espontanea vontade, nunca por pressão. Eu me reconheci no Islã e sifo por convicção. E nunca as pessoas julgarem as outras pelo que veêm na TV, pois a TV “mente” (conheçam antes de julgar).



Mesmo com a ausência das respostas da irmã mais velha, por motivos de pessoalidade, podemos afirmar que houveram dois tipos de processos de socialização, um em que Mariam veio ao Brasil e se adaptou à forma de vida do país e às suas tradições, enquanto Najat decidiu por voltar ao país de origem e segue fielmente o Islamismo.



Por: Ana Paula Holzbach, Aymée Torres, Caroline Alvares, Fausto André, Laura Célia Carvalho, Letícia Antoniosi. Matheus Filipe e Tiago Madureira.


2 comentários:

  1. oi sou poá sp porfavor ajude os moradores do jadin auria pois pefeitura quetira nois de casa mais de 410 familhas tl; 011/998117793

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  2. oi sou poá sp porfavor ajude os moradores do jadin auria pois pefeitura quetira nois de casa mais de 410 familhas tl; 011/998117793

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