Por: Sarah Abdala Elias, Raíssa Falcão, Luciano C., Bárbara Zaiden e Felipe D'stefani.
Poderíamos definir de uma forma simples e resumida que sociologia é uma ciência que estuda o comportamento humano dentro de determinadas estruturas da sociedade.
Para compreendermos como funciona a sociologia da música no contexto da ditadura no Brasil, devemos primeiramente entender a função da música na sociedade e também termos claro em nossas mentes esse conceito de sociologia.
A música foi uma das artes que sempre possuiu uma maior força de mobilização social, pois ela exerce grande influência em seu meio e vice e versa. Podemos ilustrar essa idea com uma frase de Arnold Schering, um musicólogo alemão que diz: "...em todos os tempos a música sempre foi o instrumento predileto para dominar os espíritos".
Não precisamos ir muito longe para entendermos melhor a frase de Arnold Schering e assim entendermos como a sociologia da música funciona.
No Brasil, no chamado "anos de chumbo" com a implantação da ditadura militar, que foi do ano de 1964 até 1985(com a redemocratização do Brasil), existiram movimentos musicais que protestavam contra o novo regime e utilizavam a música como principal instrumento de protesto para demonstrar a insatisfação da sociedade brasileira. A música interferia na sociedade, na tentativa de "dominar os espíritos" do povo e assim manter viva e fazer surgir a resistência ao regime. O momento social vivido interferia na música, principalmente na letra e no ritmo das canções.
Exemplos de movimentos musicais como esses temos aos montes, como: A Tropicália ( 1967/68), um movimento musical que tentou retomar os princípios antropofágicos de Oswald de Andrade e do movimento modernista de 1922, para romper tanto com o formato, que julgavam ser antigo, da música brasileira (bossa nova), quanto com a política vigente no pais.
Surgiram também os grandes festivais de música que deram espaço para os artistas e seus hinos contra o governo militar, o mais famoso deles foi o Festival de Música Popular Brasileira organizado pela TV Record, que consagrou vários artistas como Chico Buarque de Holanda e Geraldo Vandré.
O regime militar tinha plena consciência do poder que a música exercia na sociedade, e com o receio de ter o seu poder ameaçado a censura entrou em ação. Várias canções foram proibidas e vários artistas foram exilados.
Por outro lado, os meios de comunicação vinculados ao regime, divulgavam grupos musicais como a Jovem Guarda ( grupo musical criado na década de 60) que não tinham engajamento
político, ou seja, não ameaçavam o poder dos militares.
O regime também soube aproveitar a música a seu favor. Em pleno "milagre econômico" na década de 70, depois da conquista do tricampeonato mundial de futebol no México pela seleção brasileira, a música, "Pra frente Brasil", foi utilizada para criar um clima de otimismo e transmitir tranqüilidade a sociedade.
Podemos dizer tranquilamente que se o regime militar não tivesse sido implantado no Brasil naquela determinada época, naquela determinada sociedade e que se ele não tivesse as características que teve, a música brasileira não teria as obras e os artistas, que foram produzidas e revelados na época, e hoje poderíamos viver uma etapa musical diferente da atual.
Esses exemplos citados sobre regime militar, ilustram a influência que o meio exerce na arte e assim esclarece um pouco como a sociologia da música funcionou na ditadura militar brasileira.
Boa reflexão sobre a música na Ditadura Militar!
ResponderExcluirGostei muito do livro "Eu não sou cachorro não", que aborda sobre como cantores vistos como "bregas" e como "alienados" pela "elite intelectual" também sofreram com a censura. tem vários casos interessantes relacionados à Odair JOsé, Waldick Soriano, Nelson Ned, etc. O livro busca fazer justiça a esses nomes, que sempre são excluídos da historiografia da música brasileira (que, geralmente escrita por pessoas "esclarecidas", que vêm de classes dominantes, só enaltecem Chico e Caetano).
Agora: um assunto atual: está saindo um documentário sobre o Wilson Simonal. Na revista Bravo do mês passado apresenta que ele foi "vítima de uma esquerda intolerante". Não vi o filme ainda, mas parece-me que querem purificá-lo.
O Henfil fez várias críticas à ele, por vê-lo como dedo-duro.
Esse caso também é analizado no livro "Eu não sou cachorro", do mesmo historiador que escreveu uma biografia censurada pelo "rei" Roberto Carlos.
Paulo Cézar de Araújo é o autor. Entrevista com ele aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=RZoy-DarmIk
vemos aí um caso emblemático de censura na nossa época.
Abraços!
Professor Nildo. Como eu já havia lhe informado, faço parte deste grupo, porém, quando foram postar a matéria, esqueceram de colocar meu nome. Gostaria que vc computasse a nota, visto que auxiliei no trabalho.
ResponderExcluirObrigado,
Frederico R. Oliveira
A sociologia da música tem vários aspectos e busca analisar a relação música-sociedade. No que se refere ao texto, poderiam ter desenvolvido mais, inclusive citar as manifestações musicais do período que aparecem na entrevista (canção de protesto, etc.) e desenvolver alguns aspectos. No caso da entrevista, faltou colocar o nome do entrevistado... Agora, não cabe aqui julgar o entrevistado e as discordâncias em relação a algumas de suas afirmações. O trabalho ficou bom.
ResponderExcluir(8,0).
Frederico, está anotado!
ResponderExcluirBoa dica, Diego!
ResponderExcluirAlém de cantor e compositor, ainda historiador, ou seja, tem muito a contribuir nesta àrea.
Professor Nildo, gostaria de registrar meu público agradecimento a você por ter corrigido minha nota. Muito obrigado mesmo, foi muito bom ter a oportunidade de estudar contigo e não some da gente não! Aparece lá de vez em quando... Heheh...
ResponderExcluirpodia colocar as letras da música...
ResponderExcluirObrigada
Perfect! Contribuiu bastante pro meu trabalho cujo tema é Ditadura Militar, Sociedade e Serviço Social...
ResponderExcluirA música é bárbara mesmo, porem hj não tem tido muito a contribuir para a sociedade, infelizmente.
Realizo um trabalho com adolescentes onde abordo vários temas pertinentes à fase q vivem, alertando-os sobre a música q ouvem por aí, pois reconheço o poder q a música tem.
Não gosto muito do gênero, mas o rap (desde q não faça apologia a armas, drogas etc) retrata a situação do jovem brasileiro...
quem exerce a ditadura no Brasil??
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